sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

EUA e Cuba: o que poderá ter motivado a reaproximação entre os dois países?


    Para compreender a relação entre Cuba e EUA é necessário não só analisar parte do histórico entre ambos, mas também promover uma breve reflexão do que foi a hegemonia norte-americana e o que ela representa hoje no cenário internacional.

   O fim das relações diplomáticas entre os dois países tem sua origem em 1962 com a crise dos mísseis cubanos. Quando o Ditador  Fulgêncio Batista foi deposto por Fidel Castro e Ernesto Che Guevara na Revolução Cubana de 1959, iniciou um plano que posteriormente com o apoio dos EUA, promoveria uma investida com objetivo de retomar o controle político da ilha.

Fonte:( In:http://www.nostravamus.com.br/edicao-de-ontem-termina-a-crise-dos-misseis-em-cuba/)

    Em princípio, segundo alguns historiadores, o objetivo de Fidel estava apenas em se livrar do governo opressor de Fulgêncio, mas no momento que  os EUA se opuseram à instalação do novo governo, o mesmo (novo governo cubano) não teria outra opção senão se aliar à uma outra potência da época que por sinal era comunista (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas: URSS). Cuba receberia o apoio que precisava, porém teria que aderir à política do regime comunista como consequência. Portanto, para os revolucionários, tal medida se encaixaria perfeitamente em seu modelo de governo, já que, o principal foco estaria na realização de profundas políticas assistencialistas com o povo cubano.


    Embora os EUA tivessem um rival à altura como a URSS na época, os norte-americanos tinham plenas capacidades de exercer sua hegemonia e reivindicar novos territórios com mão de ferro; entretanto, de três décadas para cá, fica perceptível, para observadores mais atentos. que o país da terra do tio Sam não tem a mesma força de controle dos espaços estratégicos  de seu interesse como antigamente.


    Um bom exemplo disto é o conflito envolvendo o grupo radical islâmico entre outros grupos radicais emergentes no Oriente Médio: há três décadas, o governo norte americano não hesitaria em enviar soldados e forte armamento com intensidade para controlar de maneira mais efetiva a situação na região como em outros tempos.  

    Outro exemplo ocorreu durante O governo Bush, que neste caso, ocorreu há pouco mais de uma década: o mesmo decidiu, de maneira unilateral, sem o consenso da ONU, intervir militarmente no Iraque de Sadam Hussein.

Fonte: ( In: http://varelanoticias.com.br/estados-unidos-e-cuba-retomam-relacoes-diplomaticas-ajuda-do-papa-francisco/)
DISCURSO DE BUSH NA ONU: RETRATA O MOMENTO PELO QUAL EUA ADOTAVA UMA POLÍTICA EXTERNA MAIS AGRESSIVA DO QUE É HOJE
    
   Um exemplo do atual momento do governo norte-americano está na inédita situação em que o presidente Barack Obama solicita apoio a todos países da região que não estejam satisfeitos com o avanço dos extremistas, sendo que há, pouco mais de uma década, rejeitava a autoridade e opinião da própria ONU.

    Os gastos excessivos com armamento, a crise imobiliária de 2008, associados ao surgimento de poderosos concorrentes como China e Tigres asiáticos, acabam por minar ainda mais uma economia envelhecida que, cedo ou tarde, terá sua hegemonia cada vez mais contestada. Portanto, torna-se necessário que, aos poucos, os EUA deixem de lado sua velha política rígida de controle mundial e adote uma postura mais flexível com relação aos seus interesses.

Fonte: ( In: http://varelanoticias.com.br/estados-unidos-e-cuba-retomam-relacoes-diplomaticas-ajuda-do-papa-francisco/)

BARACK OBAMA E RAUL CASTRO CHEGAM A UMA ACORDO DIPLOMÁTICO.

   Tudo isto tem a ver com a necessidade do governo norte-americano em iniciar, de forma inteligente, uma reaproximação com Cuba; podendo, assim, adquirir aos poucos a confiança de alguns governos latino americanos que, por sinal, possuem forte aproximação com o governo de Raul Castro como forma de consolidar cada vez mais sua presença na região. O objetivo estaria na tentativa de marcar presença de novos mercados, ao mesmo tempo, que se protege do avanço chinês com seu mandarim e companhia. 


    É claro que Cuba também tem seus interesses como a exportação de produtos agrícolas e do tabaco, além de criar possibilidades de capitação de recursos externos afim de engajar sua economia no mercado internacional, mas, é importante observar o panorama mundial calcado na hegemonia norte-americana, pois assim, será possível perceber as mudanças em curso  de sua hegemonia de maneira mais clara e objetiva.    


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