segunda-feira, 13 de abril de 2015

A Crise da Dívida Soberana Europeia: o caso da Grécia.

    Também conhecida como crise do Euro, ou Crise Grega, foi uma crise pública dos estados que atingiu vários governos europeus, principalmente o grego, que se espalhou para grande parte da Europa revelando a frágil situação fiscal dos mesmos.

    Para iniciar a nossa reflexão, iremos primeiramente entender o conceito de Dívida Pública de um Estado Soberano.
   
   Divida Pública: Trata-se de uma determinada quantia de dinheiro, em que, o governo de um país destina à sua população ativa e aposentada no setor público, e, aposentada no setor privado; no entanto, para que isso ocorra, é necessário que tais governos arrecadem a altura dos seus gastos. No momento que o volume arrecadado não é suficiente para cobrir tais despesas com o servidor público e aposentado em geral, é comum dizer que o governo fica com uma dívida a ser paga à população, por isto o termo se intitula como "dívida pública".

   Entre o ano de 2000 e 2008, a Grécia desfrutou de um grande crescimento econômico; no entanto, tal crescimento se deveu ao forte subsídio do Estado Grego na economia do país. O governo realizava um generoso programa assistencialista com seus servidores públicos e aposentados do estado e iniciativa privada ( A Nossa Previdência Social de Hoje), como  aposentadorias precoces, pensões vitalícias para filhas solteiras de funcionários públicos, além de oferecer 13º, 14º e 15º salários aos trabalhadores e exercer imensos gastos militares com suas forças armadas.

Fonte: ( In:http://www.galizacig.gal/avantar/opinion/15-5-2012/quotcatastrofe-liberalquot-crise-arrasta-europa-para-a-incerteza)
 
    Até aí tudo bem!.. porque os investimentos estrangeiros, turismo e um considerado grau elevado de exportações de sua indústria permitia que o estado grego arrecadasse  à altura desses gastos sociais e militares.

    Um Estado e sua economia funciona da seguinte maneira: Os gastos sociais do Estado para com sua população, mantém a economia aquecida;  isto porque, com o dinheiro recebido, a população irá depositar boa parte na iniciativa privada gerando o fortalecimento do setor produtivo e aquisição de empregos. Sendo assim, podemos entender que quanto mais uma economia se fortalece, maior será o retorno do valor investido pelo Estado para si próprio. E é isso o que acontecia com a Grécia e outros países da "Zona do Euro". Tudo ia correndo muito bem, até o momento em que veio a deflagrar a " A Crise Imobiliária de 2008", nos Estados Unidos".

    Mas, por quê?  O que uma crise financeira num país que fica do outro lado do Atlântico tem a ver com a Grécia? Simples!.. Uma economia do porte dos Estados Unidos atrai muito capital estrangeiro à procura de lucro, ainda mais a partir dos anos 2000, em que o mercado imobiliário norte americano estava correndo de vento em polpa. Como o país tem a maior economia do mundo, é normal que também tenha uma boa fama na hora de honrar com seus compromissos; e, é isso que os investidores de todo mundo procuram: a chamada " Confiança". Bancos de todo planeta capitaram recursos financeiros nos mais variados cantos do mundo, para realizar empréstimos a pessoas físicas com sonho de ter uma casa própria. No entanto, com a difusão da crise, esses mesmos Bancos que investiram seu capital para realizar o sonho da casa própria da família americana, começaram a ficar inadimplentes tendo dificuldades em arcar seus compromissos com investidores pelo qual tinham emprestado dinheiro ou capital como preferir.


Fonte:(In:http://uipi.com.br/noticias/geral/2011/10/20/protestos-tomam-a-grecia-enquanto-europa-busca-solucao-para-a-crise/) - Manifestantes enfrentam as forças do governo pedindo o fim do corte nos gastos sociais a mando do FMI e Banco Central Europeu

 
     O mercado financeiro é movido por confiança, se acaba esta confiança acaba também o "amor" entre investidor e empreendedor. A crise norte-americana fez com que investidores ficassem arredios com o cenário econômico não só nos Estados Unidos, mas também pelo mundo afora; e a Grécia não ficou excluída disto, muito pelo contrário, foi aí que ela virou um alvo iminente do infalível e imperdoável sistema financeiro  A Grécia foi o primeiro país a sentir a crise por arcar com altos gastos sociais e possuir uma iniciativa privada frágil com baixo índice de exportação quando comparado aos outros países da "Zona do Euro".

O QUE SÃO INVESTIDORES NO MERCADO FINANCEIRO?

    Os investidores no mercado de capitais são, nada mais nada menos, do que pessoas físicas ou jurídicas que se disponibilizam a emprestar parte de seus recursos financeiros com o objetivo de deter um lucro satisfatório a longo e médio prazo. As "Corporações" e Bancos Privados, captam dinheiro pelo mundo afora com objetivo de fortalecer seus investimentos na chamada "Economia Real".

ECONOMIA REAL

     A Economia Real é onde circula o capital gerado pelo setor produtivo e de serviços como: setor imobiliário, linha de produção de automóveis, produtos alimentícios e serviços terceirizados de toda natureza; ou seja, trata-se de um capital cuja origem reside num sistema de acumulação palpável, e não na base da especulação ou do que pode vir acontecer como ocorre na mercado especulativo de finanças.

  TÍTULO DO TESOURO DOS ESTADOS SOBERANOS.

      São papéis do governo que por força de contrato, tem valor de capital assegurado pelo Banco Central de um país com seu governo, ou seja, trata-se de um documento que funciona como uma espécie de testemunha do acordo firmado entre governo e investidor. O objetivo do governo com esses papéis está na possibilidade de arrecadar reservas em dólares para controlar a taxa de câmbio, para assim, poder controlar também o que entra e o que sai de mercadorias no país (Exportação e Importação); arcar com gastos públicos, além de, salvar bancos quebrados e investidores em caso de necessidade,  como ocorreu na Inglaterra, Holanda e Estados Unidos em 2008.

     AÇÕES NO MERCADO FINANCEIRO

     São partes do capital de uma determinada empresa representada por documentos que asseguram ao acionista ou investidor, o direito de fazer parte do comando de uma empresa ou Corporação Transnacional; sendo que quem assegura a legalidade das transações é a "Comissão de Valores Mobiliários" em conjunto com o "Banco Central". Portanto, a iniciativa privada fica a cargo de realizar as transações financeiras, não o governo, como ocorre na venda de títulos da dívida pública.

    Muito bem, agora poderemos analisar a fundo o que aconteceu com o governo grego em 2008. Como o governo grego investia pesado no assistencialismo social com sua população por meio de aposentadorias precoces, altos salários para servidores públicos além de pensões vitalícias para filhas solteiras de servidores falecidos, a população gozava de uma boa condição financeira e isto se refletia diretamente na geração de empregos, novas indústrias, exportações; e, por fim, mais receita que era retornado ao governo.

Fonte: ( In:http://www.rogeriodearaujo.com.br/como-ter-sucesso-na-bolsa-de-valores-e-ganhar-dinheiro/)
Dia de pregão no mercado financeiro na BMF Bovesta- SP Brasil
 
     O problema, no entanto, estava a milhas dali do outro lado do "Oceano Atlântico": nos Estados Unidos. Quando o setor imobiliário norte americano entrou em colapso, vários bancos de todas nacionalidades que realizavam investimentos no setor do país ficaram inadimplentes, não tendo como reembolsar investidores dos quais tinham emprestado dinheiro, gerando uma crise de desconfiança entre investidores no mundo inteiro. A Grécia, dentre os países da "Europa Ocidental", foi o primeiro a sentir e com mais força a crise, por quê? Simples de responder:  porque dentre os países da "zona do Euro", a Grécia era o que mais arcava com gastos sociais e possuía uma economia frágil, suas empresas não produziam mercadorias de alta qualidade; e, sendo assim, tinha pouca influência no mercado internacional. Portanto, com a crise, seria natural que tanto as suas exportações como o turismo, que é uma de suas principais fontes de renda, iriam sofrer uma grave diminuição, já que, pessoas em boa parte do mundo naquele momento estavam sem dinheiro para gastar, reduzindo a economia grega à migalhas. E, como foi dito anteriormente, economia aquecida é sinônimo de Estado arrecadando e forte, e economia fraca é sinônimo de Estado "fraco e capenga", isto porque, sem arrecadar o suficiente, não tem mais como arcar com as despesas (Défíct Orçamentário = Dívida Pública Elevada).


     É aí que entra o "X" do problema: um Estado que está gastando mais do que arrecada seria digno de confiança para investidores? Quem, em sã consciência, iria emprestar ou comprar títulos de um governo em fim de linha assim? Ninguém, não é? Pois então, é isso o que aconteceu com os investidores que depositavam vultuosos capitais no governo e na economia grega como um todo: perderam a confiança no governo grego com medo de tomar um calote por sua situação complicada acima de todos o países da "Zona do Euro". Por a Grécia apresentar tais condições que a colocava no topo de um estado quebrado e mal pago, é que foi eleito o primeiro a não receber mais um centavo se quer pelos investidores ao redor do mundo. Por este motivo é que a Grécia sentiu primeiro,. e, em uma maior intensidade, a crise em relação aos demais países europeus.

     FMI E BANCO CENTRAL EUROPEU

       Com a fuga de capitais, o governo grego não teria outra opção se não pedir ajuda ao "FMI" e seus vizinhos ricos como Alemanha e França. Tanto o Banco central europeu como o FMI aceitaram enviar um pacote de ajuda ao governo grego, afim de impedir um calote evitando uma catástrofe no continente. Estas grandes Instituições financeiras aceitam ajudar, mas com uma condição, e qual condição seria esta,  hein?


Fonte:(In:http://www.voxeurop.eu/pt/content/article/1832041-fmi-um-aliado-inconveniente) -      
Christine Lagarde, Diretora do FMI.
   
     A condição que o FMI e o Banco Central Europeu impõe ao governo grego está na diminuição de gastos sociais para com sua população:, se diminuir os gastos, eu te empresto; se não, não. Esta é a cartilha do FMI e Banco Central Europeu, eles não iriam emprestar milhões para um governo que mal consegue pagar suas contas sem uma garantia por ele apresentada. Então, o que o governo faz? Inicia um programa impiedoso de austeridade que significa corte de gastos sociais, para que, com esses valores economizados sejam utilizados para devolver a quantia aos Bancos. Mas como é que fica a população? Ela aceitará isso passivamente? É claro que não!.. tanto que é exatamente por este motivo que protestos surgiram nas ruas de Atenas, gerando inúmeros confrontos com forças do governo (Polícia).

      Caros leitores, é isto o que aconteceu na Grécia e em todo o continente europeu, países que se dedicavam a manter sua população com alto poder aquisitivo, com a perspectiva de obter retorno por meio da cobrança de impostos, por um tempo deu certo, mas só por um tempo.

POPULAÇÃO ENVELHECIDA E POUCOS JOVENS SOBRECARREGAM A PREVIDÊNCIA SOCIAL DOS PAÍSES RICOS.

       A Europa Ocidental teve o início do processo de industrialização há cerca de 200 anos, sendo assim, podemos concluir que o continente já tem consolidado o seu processo de urbanização, sistema econômico, político e social. A Europa apresenta um elevado IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), e uma baixa taxa de natalidade, pois com mais mulheres no mercado de trabalho, as mesmas tem menos tempo para cuidar de seus filhos, associado ao encarecimento do custo de vida por conta do processo de urbanização, possui um número menor de filhos resultando em poucos jovens no seio da população, e isto também associado a uma boa expectativa de vida entre seus cidadãos, ficando evidente que em uma população dessas, há uma maior concentração de idosos e um número reduzido de jovens entrando no mercado de trabalho, gerando gastos excessivos ao estado e fragilizando a economia; já que, é o número de jovens se inserindo no mercado de trabalho é que terá que dar conta ao pagamento das aposentadorias de idosos no continente, que por sinal, não são poucos. Esse é um dos fatores que contribui hoje para a fragilidade da economia europeia no que diz respeito à crises econômicas.

EFEITO CHINA TAMBÉM CONTRIBUI PARA A FRAGILIDADE DO ATUAL SISTEMA ECONÔMICO DOS PAÍSES EUROPEUS.


    Como se não bastassem os problemas internos dos países que compõem a "Zona do Euro", a China veio para acabar de afundar a economia dos ditos "Países Ricos" da Europa Ocidental. Mas, como isso é possível?

     Para responder  a esta pergunta é necessário saber que assim como os países europeus, a China também importa matéria prima e exporta produtos industrializados. Só que a China, por ter uma moeda desvalorizada em relação a outros países do mundo e também disponibiliza de uma quantidade gigantesca de mão de obra quando comparada aos demais; faz com que o custo da mão de obra no país seja a mais barata dos entre os cinco continentes do nosso planeta. Para ajudar a situação crítica dos países europeus, com a entrada da China no mercado internacional, as matérias primas como Petróleo, Minério de Ferro, Carvão Mineral ,entre outros recursos naturais ficaram absurdamente mais caros. Portanto, tal acontecimento se tornou mortal para a economia europeia, já que os mesmos não disponibilizam de recursos naturais em seus territórios e mais do que qualquer outro continente, precisa de maneira indispensável desses recursos vitais para a sua Indústria.
    
  Fonte: (In: http://pt.dreamstime.com/ilustra%C3%A7%C3%A3o-stock-aperto-de-m%C3%A3o-entre-uni%C3%A3o-europeia-e-china-image42742455 )
   
     Sendo assim, podemos concluir que com a entrada da China no mercado mundial, boa parte dos produtos europeus deram lugar aos produtos chineses por possuir um preço menor, gerando falências e desemprego na Europa desaquecendo ainda mais sua economia que já estava fragilizada. E para piorar, a busca incessante do gigante chinês em busca de matéria prima encareceu o preço das matérias primas pelo mundo afora; então, além de ter seu mercado reduzido por causa da entrada dos produtos chineses que são bem mais em conta, os europeus tiveram que começar a "enfiar cada vez mais a mão no bolso" para suas importações.


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terça-feira, 24 de março de 2015

Primavera Árabe ou Iluminismo Árabe?

     O termo Primavera Árabe, é utilizado pelos meios de comunicação e a opinião pública  em geral, para representar as ondas de protestos da população na tentativa de derrubar regimes autoritários tanto no Oriente Médio, como no Norte da África.

   Para começar a nossa reflexão, abordaremos a priori o conceito de democracia, para depois analisarmos os conceitos posteriores.
 
DEFINIÇÃO DE DEMOCRACIA:

    A democracia pode ser definida como um modelo de governo, em que, o poder de decisão sobre o futuro de um país pode ser partilhado no seio de uma nação ou povo, como preferir. Portanto, neste modelo de governo há uma fusão entre nação e estado, ou seja: trata-se de um modelo de governo direcionado única e exclusivamente para o  controle do povo.
 
COMO FUNCIONA UMA DEMOCRACIA NOS DIAS DE HOJE?


    Nas democracias modernas, o povo tem a possibilidade de participar dos destinos do país por meio da indicação de um representante de estado e de governo. Caso o representante do povo não esteja agindo de acordo com seus interesses, em período de eleição por meio do voto direto e da maioria, este representante poderá ser substituído por outro.


   O conceito de Democracia surgiu primeiramente na "Grécia Antiga", na virada final do período arcaico para o início do período clássico por volta do séc. VI AC. Já a Democracia moderna como conhecemos hoje, teve seu início a partir da  chamada "Revolução Francesa" do séc. XVIII, da era cristã  (1789).

    Para entendermos a "Primavera Árabe " e os motivos que levaram as revoluções sociais e políticas no norte da África e parte do Oriente Médio, é necessário identificar as diferenças entre ditadura e democracia. É o que faremos agora a partir da análise sobre o conceito de ditadura.


    Já foi mencionado à pouco as características de um regime democrático, agora, entenderemos as características de um regime ditatorial.

DEFINIÇÃO DE DITADURA

    Em uma ditadura não há divisão de poderes, a responsabilidade de administrar, aplicar leis,  e fiscalizar para que tais leis sejam cumpridas num país cabe a uma só pessoa, ou seja, tanto o poder executivo,judiciário e legislativo cabe nas mãos de uma único chefe de governo; sendo assim, não é difícil perceber que o povo, neste modelo de regime, não tem a mínima possibilidade de participação do destino político do país.

    No regime autoritário, há uma nítida dicotomia entre Estado e sociedade, em que, o povo fica totalmente alheio ao futuro do país por não ter a oportunidade de participar das decisões políticas do governo em questão. Sendo assim, podemos afirmar que para o povo, tal regime funcionaria como um véu diante de seus olhos. O futuro fica distante e difícil de ser visualizado, seriam como dias de inverno onde a escuridão dificulta uma apreciação da paisagem por completo. É isso que a revolução árabe veio contestar, propor uma mudança na estrutura de um regime ditatorial para um democrático onde não existe o soberano e o subordinado, e sim um povo e seu representante.


    Para entendermos melhor a Primavera Árabe, primeiramente teremos que compreender o que significa a teoria do Iluminismo que influenciou diretamente a Revolução Francesa do século XVIII.

ILUMINISMO EUROPEU DO SÉCULO XVIII.


   O Iluminismo foi a corrente de pensamento dominante na Europa do século XVIII e defendeu o predomínio da razão sobre a fé, representando a visão de mundo da burguesia. Seus pensadores negavam as doutrinas absolutistas e apoiavam valores liberais, tanto na política como na economia.

   Durante a Idade Média, a igreja foi a instituição responsável pela disseminação do conhecimento que ela julgava ser o correto; no entanto, importantes filósofos da época começaram a questionar o conhecimento eclesiástico como pronto e definido. A partir de então, foi iniciado uma forte campanha pela valorização do conhecimento conquistado por meio da razão, e não da fé católica.

   Segundo esses filósofos, a imposição da igreja querendo colocar o seu conhecimento como algo inquestionável, não dava à possibilidade das pessoas enxergarem a realidade como ela era de fato, a não ser que fosse por meio do conhecimento racional. Esta nova forma de ver a realidade segundo os filósofos da época, permitiria que os mesmos pudessem enxergar o mundo além dos seus horizontes, seria como uma luz que surgisse no fim do túnel nos dias de hoje. A doutrina religiosa que não permitia o homem ver além daquilo que ela considerava correto, agora era permitido pelo conhecimento movido pela razão, ou seja, tudo ficaria claro e iluminado, saindo daí o termo "Iluminismo".


PRIMAVERA ÁRABE OU ILUMINISMO ÁRABE? QUAL O PORQUÊ DESTE NOME UTILIZADO PARA O CONJUNTO DE REVOLUÇÕES NO NORTE DA ÁFRICA E ORIENTE MÉDIO?
    
     Desde o fim do colonialismo europeu, a partir da década de 1920, na região do "Oriente Médio" e "Norte da África", ditaduras se instalaram nos mais variados tipos de governos. Como foi mencionado no tópico sobre definição de ditadura, regimes ditatoriais têm como essência a concentração de poder nas mãos de um único chefe de governo; portanto, não há participação do povo no destino do país como em um regime democrático. Se o povo não pode opinar sobre o destino de seu país, não há como ter perspectiva de um futuro melhor ou ao menos diferente, ou seja, o futuro fica obscuro como uma paisagem em dias de inverno.

Fonte:(In:http://caosnosistema.com/primavera-arabe/)
   
     Com o passar do tempo, surge o fenômeno da "Globalização" em que as relações sociais,econômicas,culturais e políticas se estreitam cada vez mais, com a intensificação das relações sociais, há também uma intensificação na troca de ideias e disseminação dos valores ocidentais pelo mundo afora, e o Norte da África e Oriente Médio não ficou excluso disto. O aumento da valorização na busca do conhecimento pela fé começou a dar lugar à busca do conhecimento pela razão na região, associado ao avanço da pobreza e corrupção generalizada, começou gerar um sentimento de insatisfação muito grande por parte da população em direção a governos autoritários. A solução então, estava na tentativa de por um fim a um governo separado do povo, e diz a nação: "chega de não dar perspectiva ao povo, de agora em diante, queremos participar da vida política do país,só assim poderemos ter uma ideia do que poderá estar por vim".
      
Fonte: (In: http://pt.slideshare.net/gabrielaragao/primavera-rabe-17033181) 
 
    A possibilidade de ter um governo democrático para o povo, iria permitir, segundo eles, se livrar de um governo que não divide os problemas do país com a população, e sim, um trabalho em conjunto onde a mesma, por meio de um representante, pudesse ter a perspectiva de um futuro melhor como tudo aquilo que pode ser enxergado num dia claro de primavera. Este é o sentido do termo Primavera com a revolução; trata-se aqui, então, de um Iluminismo Árabe.


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sábado, 31 de janeiro de 2015

Enchente nos Centros Urbanos: constante problema da região metropolitana de São Paulo.

QUAL O MOTIVO PELA OCORRÊNCIA DE TANTA CHUVA EM PERÍODOS DE VERÃO?

    Durante o verão, é comum o aumento de chuva associado a ocorrência de fortes tempestades em regiões de latitude tropical como o exemplo do Brasil; no entanto, o principal motivo pela ocorrência de tal fenômeno está na diferença de temperatura entre continente e oceano. Durante a estação de verão, o continente se apresenta com temperatura superior em relação ao oceano, já que, é possível notar que o continente aquece rapidamente em comparação ao oceano.


( In:http://360graus.terra.com.br/geral/images/w_h/w_h_fabioreis09.jpg)
     
    Como via de regra, os ventos (parcelas de ar) partem sempre de áreas com baixas temperaturas (zonas de alta pressão atmosférica) , em direção a regiões onde predominam temperaturas elevadas (zonas de baixa pressão atmosférica); sendo assim, não fica difícil perceber que, na medida em que  uma determinada parcela de ar, sendo esta proveniente de uma zona de alta pressão que no caso trata-se do oceano, parte em direção a uma zona de baixa pressão como  é o exemplo do continente, simultaneamente  toda umidade oceânica é deslocada em sua direção.

    O ambiente atmosférico no continente é quente, e, por este motivo, a parcela de ar presente ali - naquele espaço - possui menor densidade do que em áreas onde as temperaturas são baixas; sendo assim, ao se deparar com a alta temperatura do continente, as moléculas que compõem os gases úmidos da atmosfera se dilatam a exemplo de uma bexiga. No momento de sua dilatação automaticamente elas se tornam leves, começando a flutuar e se deslocar em direção a grandes altitudes, e isso ocorre de maneira constante em épocas de calor.

     O constante fluxo de umidade na alta troposfera preenche em um determinado momento a capacidade das parcelas de ar (nuvens) em absorvê-la, a este fenômeno damos o nome de "Ponto de Saturação" e 100% da umidade do ar. O ar frio das grandes altitudes provoca o esfriamento do vapor de água tornando o material de gasoso para estado líquido, que por sinal, se torna denso ocorrendo de maneira gradativa sua precipitação (chuva).

Obs: Quanto maior for a diferença de temperatura entre o calor continental e a baixa temperatura oceânica, com maior intensidade se deslocarão os ventos com origem nos oceanos em direção ao mesmo, e com eles virão junto a umidade de maneira constante.


POR QUE OCORREM ENCHENTES NOS CENTROS URBANOS DE SÃO PAULO

    Em períodos de verão, a região metropolitana de São Paulo é constantemente castigada pelas enchentes provocadas por intensas pancadas de chuva. Quais podem ser os fatores que contribuem para esta triste realidade presente em nossas cidades? Para responder esta pergunta, devemos analisar os seguintes fatores:
  • Impermeabilidade do solo.
  • Desmatamento generalizado em áreas de mananciais.
 IMPERMEABILIDADE DO SOLO

    Um dos principais problemas relacionado à questão das enchentes na região metropolitana de São Paulo, entre outras áreas urbanas do país, está no processo de urbanização sem planejamento das cidades; na medida que se expande a selva de pedra com asfaltamento de ruas, avenidas, construção de áreas residenciais e comerciais... Cada vez mais, a água da chuva encontra sérias dificuldades em penetrar o solo em direção ao lençol freático no subsolo, ou seja, o processo de absorvição da água da chuva pelo solo fica comprometido.



   ( In:http://360graus.terra.com.br/geral/images/w_h/w_h_fabioreis09.jpg)

A IMPERMEABILIZAÇÃO DO SOLO NAS GRANDES CIDADES, SEM PLANEJAMENTO DEVIDO, CONTRIBUI PARA O FENÔMENO DAS ENCHENTES, COMO MOSTRA A FIGURA ACIMA.

    Quando há uma forte tempestade, cerca de 80% ou mais do curso d´água não é absorvido pelo solo; no entanto, praticamente toda água da chuva, em um imenso volume, tem seu fluxo direcionado única e exclusivamente para o mesmo local que são as chamadas "Bocas de Lobo ou Bueiros". Portanto, tal circulação desenfreada sobrecarrega a capacidade das galerias de esgotos, gerando uma enorme pressão de bilhões de metros cúbicos de água; sendo esta proveniente de todo bairro e parte da cidade, cuja direção parte como destino, rios e córregos em comum.

DESMATAMENTO GENERALIZADO EM ÁREAS DE MANANCIAIS E MATAS GALERIA

  O desmatamento desenfreado também provoca sérias consequências para o fenômeno das enchentes, por causa do assoreamento no leito dos rios em detrimento do acelerado desgaste do solo  (Erosão). A vegetação protege o solo das pancadas de chuva funcionando como uma espécie de amortecedor; com a vegetação de intermediária entre a água da chuva e o solo, as gotículas de água recaem suavemente sobre o solo, dando a ele o tempo necessário para serem absorvidas até o "Lençol Freático" de maneira gradual e lenta. No entanto, a falta de vegetação deixa o solo exposto e as águas das chuvas têm um contato direto com o mesmo; e, este contato ocorre de maneira agressiva gerando rapidamente um intenso acúmulo de sedimentos no fundo dos rios conhecido como assoreamento.

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/inundacoes/inundacoes.php
    EXEMPLO DE RIO ASSOREADO CAUSANDO ENCHENTE
    
     Na medida que há um intenso acúmulo de sedimentos no leito do rio (fundo do rio), simultaneamente, a vazão de água além das margens torna-se inevitável, já que o espaço antes destinado às águas que transcorrem o fundo dos rios acabam, em sua maior parte, sendo ocupado pelos sedimentos provenientes do forte processo de erosão; em detrimento da falta de vegetação em áreas de mananciais, além da mata galeria que margeia o curso dos rios.

   
O QUE PODERIA SER APRESENTADO COMO FORMA DE SOLUCIONAR OU AO MENOS MINIMIZAR O PROBLEMA?

    Primeiramente, antes de tudo, seria necessário promover um intenso programa de revitalização das áreas verdes da cidade como: arborização por meio de implantação de diversas espécies de árvores no curso de ruas, avenidas e principalmente em áreas consideradas de risco de enchentes, calçadas com grama; para que a água da chuva possa ser absorvida, como forma de minimizar o escoamento excessivo de água sobre córregos e rios, além de criar inúmeras reservas ambientais como parques com o solo exposto à absorvição em tempos de intensas precipitações.

     Outra providência a ser tomada, estaria na tentativa de elaborar leis ambientais que preservassem, com efetividade, os Mananciais (nascentes de rios) e matas galerias essenciais para evitar processo de assoreamento (acúmulo de sedimentos no fundo do rio). Estas são algumas das medidas que, adotadas de maneira correta, poderiam e muito contribuir para ao menos, diminuir de maneira significativa o problema; mas para isso, é necessário vontade política de autoridades e muita visão de planejamento urbano.




segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Boko Haram: a educação ocidental é pecaminosa

    A seita islâmica Boko Haram chocou o mundo ao raptar mais de 200 mulheres estudantes no norte da Nigéria quando anunciou que iria vendê-las como escravas. Como todo grupo fundamentalista, o Boko Haram tem como principal objetivo instalar um estado islâmico no norte do país; entretanto, o grupo enfatiza uma outra questão não menos importante para eles: erradicar a implantação de um sistema educacional e político laico no país. Portanto, para que isto aconteça, é necessário promover a separação política do território nigeriano entre a parte sul e norte.

Fonte:(In:http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/africaandindianocean/nigeria/11203099/The-Chibok-girls-are-never-being-freed-says-Boko-Haram-leader.html)

  Com a expansão de suas ações desde 2009, o grupo vem articulando uma série de ataques contra prédios oficiais do governo; no entanto, a situação se agravou no momento que o governo central enviou tropas para o norte com o objetivo de erradicar a expansão dos extremistas.

Fonte:(In:http://www.bbc.com/news/world-africa-13809501)

MOTIVAÇÃO DO CONFLITO
    
    Na medida em que o governo nigeriano adota cada vez mais uma postura com bases nos preceitos de um "Estado Democrático Laico", típico de uma civilização ocidental, com um sistema educacional que visa a busca pelo conhecimento científico independente de valores religiosos, os fundamentalistas impõem, cada vez mais, severas restrições com o objetivo de impedir que esses valores alcancem sua área de influência que, segundo eles, coloca em risco os valores sagrados do puro "Islã"a serem seguidos pela sociedade sob sua jurisdição.
     
A DIVISÃO ÉTNICA E GEOGRÁFICA AGUÇA OS ÂNIMOS DO CONFLITO

   De população majoritariamente muçulmana, o norte do país apresenta péssimas condições de vida em comparação com a região sul; isto, porque, o clima semi-árido e os ventos secos provenientes do Deserto do Saara não tornam a área propícia à prática da agricultura e comércio de navegação, por causa da escassez dos recursos hídricos. Além de uma política segregadora por parte do governo central que, por diferenças culturais entre as duas partes, opta por não realizar obras assistencialistas e investimentos no campo econômico suficientes, ao ponto de satisfazer as necessidades básicas dos habitantes ali residentes.

Fonte:(In:http://oglobo.globo.com/mundo/ninguem-freia-boko-haram-na-nigeria-2-14753788)

     Esta divisão geográfico-cultural é que alimenta as possibilidades de crescimento e fortalecimento de grupos radicais islâmicos, já que, na medida que a miséria avança e as condições precárias de vida se acentuam, os jovens, sem perspectiva de um futuro melhor e afirmando que todas as injustiças sociais tem sua origem no Estado, veem na causa fundamentalista uma saída palpável para uma possível solução de seus problemas; é isso o que ocorre, também, no norte da Nigéria, com os jovens se tornando presas fáceis ao movimento extremista: grupos radicais como o Boko Haram se tornam cada vez mais fortes e difíceis de serem controlados pelas autoridades do governo central nigeriano.
 

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

França: Liberdade, Igualdade e Fraternidade sob a mira do Radicalismo Islâmico


    No último dia 07/01/2015, ocorreu um dos maiores atentados terroristas da história da França: a sede da revista Charlie Hebdo foi alvo de extremistas jihadistas, às 11h30min da manhã, em Paris (08h30min, horário de Brasília). Segundo uma informação publicada pela Agência Uol de Notícias, no dia 09/01/2015, dezessete pessoas morreram no confronto, entre elas policiais; civis; e, além de dois terroristas.

Fonte:(In:http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Internacional/Interior.aspx?content_id=4327745)
    
    A tragédia que ocorreu no país é um reflexo da evidente disparidade entre dois mundos completamente diferentes em que, de um lado existe um Estado Democrático de Direito onde a diferença de opiniões funciona como força motriz na disseminação de valores calcados na liberdade de expressão e individual do ser humano, sendo os atributos religiosos também relegados ao individuo; ocorrendo, portanto, a separação entre "Estado e Religião". Por outro lado, há um pensamento dominante em que, a organização da sociedade e do governo devem ser única e exclusivamente fundamentada nas escrituras dos textos sagrados, que no caso trata-se do Alcorão; e, por este motivo, utiliza-se o termo Fundamentalismo representado por um Estado Teocrático.

JIHAD  DEFINIÇÃO: Trata-se de um esforço, por parte do fiel islâmico, em alcançar o aperfeiçoamento espiritual por meio de sua submissão a Alá; além de realizar um esforço profundo em promover a manutenção e expansão dos valores da religião contra qualquer ameaça considerada externa à doutrina.

Fonte:(In:http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Internacional/Interior.aspx?content_id=4327745)

NÃO CONFUNDIR FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO COM DOUTRINA RELIGIOSA.

  • O fundamentalismo tem por objetivo promover a instalação de um estado que estabeleça regras a serem seguidas pela sociedade sob sua orientação. O Estado Religioso, como qualquer estado, funciona como uma instituição que tem por objetivo estabelecer normas, regras e leis necessárias para o convívio em sociedade; só que, essas leis não são elaboradas pelos homens como em um Estado Laico, e sim, pelos ensinamentos divinos expressos nos textos sagrados.
  • Por outro lado, a religião diferentemente do fundamentalismo não possui nenhuma conotação política, seus valores e ensinamentos ficam restritos apenas ao indivíduo, ou seja, é caracterizado pela sua subjetividade. Portanto, a religião não é imposta, e sim praticada separadamente por ideologias políticas; sendo assim, podemos concluir que apenas num Estado Laico, tal prática se torna  possível (Dicotomia entre Estado da Religião).
   

    Fonte:(In:http://agenciapatriciagalvao.org.br/agenda/cnmp-promove-encontro-nacional-em-defesa-do-estado-laico-brasilia-18-e-1909/)
     
    Podemos entender, agora, o porquê dos constantes conflitos entre radicais islâmicos e os defensores de um estado democrático laico, o exemplo disto é o que acabamos de presenciar há poucos dias em Paris: o mundo ocidental, mobilizado pela racionalidade de suas ações, não se encaixa com o mundo fundamentalista, mobilizado por seu caráter emotivo inviabilizando cada vez mais ações conscientes. 

     Sentir não é pensar.. Não estou utilizando tal argumento com objetivo de usá-lo como justificativa para tal ato criminoso que ocorreu em Paris. Apenas, procuro propor uma breve reflexão ao leitor na busca de uma melhor compreensão sobre o choque eminente entre estes dois mundos.


      O que é compreender afinal? Compreender é o ato pelo qual uma das duas partes se coloca no lugar do outro; somente assim, colocando-se no lugar de outras pessoas é que se torna possível pôr em prática o respeito às diferenças... Enquanto isto não acontecer.. Infelizmente, presenciaremos cenas terríveis como a que ocorreu na França em que, o principal lema do país como Liberdade, Igualdade e Fraternidade desenvolvido na Revolução Francesa, a partir de 1789, estará em constante ameaça por formas de pensar e agir conservadoras.

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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Desastre Aéreo no Mar de Java: instabilidade climática pode ser apontada como principal motivo pela queda da aeronave.


    No dia 28 de dezembro de 2014, o Airbus da AirAsia desapareceu dos radares das torres de comunicação de voo. Dias seguintes após intensas buscas, foram encontrados os primeiros destroços da aeronave no Mar de Java no Estreito de Karimata que separa as Ilhas de Bangka, na grande Ilha de Bornéu.

Fonte:(In:http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/12/mais-vitimas-do-voo-da-airasia-sao-localizadas.html)
 
    Segundo informações de especialistas fornecidas às autoridades indonésias, postadas no site G1 Globo Notícia (04/01/2015), o motivo da queda da aeronave pode estar relacionada ao congelamento dos motores por conta de uma forte tempestade na região. Outra informação, fornecida pela torre de comunicação do aeroporto de onde partiu a aeronave na Indonésia, indica que o piloto pediu - momentos antes do desaparecimento da mesma - permissão para subir de 32.000 pés (equivalente à 9.000 metros de altitude) para 38.000 pés (equivalente à 11.000 metros de altitude) ; para passar por cima de uma tempestade detectada pelo radar. No entanto, tal permissão foi prontamente negada; o motivo, segundo a torre de controle aéreo, estaria na circulação de outra aeronave nos arredores. Com isso, os controladores de voo tinham por objetivo evitar uma possível colisão entre ambas.
     
TURBULÊNCIA

Definição: Trata-se de uma determinada área da atmosfera em que há inúmeras parcelas de ar. Cada uma possui direção, pressão e velocidade específica cuja trajetória ocorre em forma de redemoinhos, ou seja, em círculos por causa do Movimento de Rotação da Terra associado à diferença de temperatura e pressão entre a baixa e alta Troposfera, conhecido como Gradientes de Pressão Atmosférica.
 
COMO UMA TURBULÊNCIA PODE PREJUDICAR O DESEMPENHO DE UMA AERONAVE?

    Um dos principais fatores responsáveis por manter uma aeronave no ar pode ser definido como Força de Sustentação, proporcionada pelo design das asas do avião: a parte superior da asa possui uma forma curvada, o que implica numa circulação lenta do ar com relação à parte inferior da mesma. Tal projeção faz com que o ar que atravessa a parte inferior da asa ofereça maior resistência que a parte superior, impedindo que a aeronave perca altitude; entretanto, na medida que a circulação dos ventos muda de trajetória, velocidade e pressão, há de imediato uma forte e constante alteração da corrente de ar que passa entre os dois lados da asa, gerando falha de sustentação da aeronave.

    No momento que uma aeronave entra em uma tempestade ou Super Célula, além das rajadas de vento que se propagam em todas as direções, a aeronave pode ser alvo de um bombardeio intenso de granizo e raios; no entanto, a precipitação em forma de gelo, dependendo do seu volume, pode danificar o funcionamento das turbinas contribuindo para a queda da aeronave.


Fonte:(In:http://pt.dreamstime.com/imagem-de-stock-v-o-do-avi%C3%A3o-na-tempestade-image13199601)

SOBRE A TRAGÉDIA DO AIRBUS AIR ÁSIA
   
     A tragédia do Airbus da AirÁsia, infelizmente, é um exemplo que tem que ser tomado de lição para que não ocorra tais situações novamente. Algumas possíveis causas responsáveis pelo aumento de desastres aéreos atualmente são: os congestionamentos aéreos que inviabilizam mudança de rotas na tentativa de desviar de uma tempestade, o que coloca em risco a vida de passageiros e tripulação; pilotos que são obrigados a passar por meio de ambientes atmosféricos instáveis, por falta de opção e planejamento por parte de autoridades competentes em conjunto com companhias aéreas; há, também, a situação em que o piloto hesita em desviar de tempestades perigosas por ter que se explicar com a companhia em que trabalha pelo prejuízo financeiro causado pelo gasto a mais de combustível durante o trajeto de desvio.

CONCLUSÃO

    Trata-se de uma questão organizacional em que companhias aéreas e autoridades governamentais devem unir forças e elaborar táticas e estratégias mais bem definidas na tentativa de resolver, ou ao menos, diminuir de maneira significativa o aumento de desastres aéreos que presenciamos atualmente; já que, é inegável o aumento na demanda por voos comerciais a cada dia que passa, sendo que, o crescimento desta demanda implica diretamente num congestionamento aéreo sem precedentes, que se torna um risco para tripulantes e passageiros.

   

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Crise de Abastecimento na Região Metropolitana de São Paulo: como resolver este problema que parece não ter fim?


    A falta de organização do espaço urbano associado à falta de aplicação de leis ambientais estão entre as principais causas responsáveis pela crise hídrica que está passando a região metropolitana do estado de São Paulo.

    Estudos apontados por especialistas concluíram que ao longo de muito tempo houve alternância de períodos chuvosos e secos como presenciamos hoje. O problema é que com a expansão desordenada da mancha urbana sem fiscalização e planejamento devido, os Mananciais, que são as nascentes responsáveis por dar origem aos rios e formar toda à sustentabilidade das Bacias Hidrográficas, estão prontamente sendo comprometidas.

Fonte:( in:http://pt.slideshare.net/nucleosul2svma/legisl-amb-aprmguarapirangabillings)
 
     É o que acontece com mananciais na Serra da Cantareira: com a expansão urbana de maneira desordenada há, de imediato, a poluição dos recursos hídricos em seu alto curso (início do curso de água) ou soterramento das nascentes; o resultado é de que  em períodos de estiagem, a estrutura física na rede de drenagem não tem a mesma capacidade de funcionamento de períodos anteriores. Ou seja, o funcionamento dos elementos que compõem o espaço físico, fluxo de água, vegetação, solo e processo erosivo são alterados de maneira negativa.

Fonte:( In:http://pt.slideshare.net/nucleosul2svma/legisl-amb-aprmguarapirangabillings) 

 O INÍCIO DOS FILETES EM AZUL É O PONTO ONDE NASCEM OS RIOS, NO ENTANTO, COM A EXPANSÃO URBANA SEM CONTROLE, ESTAS NASCENTES SÃO DESTRUÍDAS E TODA REDE HIDROGRÁFICA FICA COMPROMETIDA 
   
    Com a preservação de Mananciais, toda a rede hídrica fica mais propensa a resistir a períodos de estiagem como ocorre atualmente. Esta seria uma provável solução para evitar perigos com relação à falta de abastecimento. Outro fator está na manutenção dos já existentes e criação de eficientes redes de distribuição da cidade , evitando qualquer possibilidade de vazamento e desperdício de água durante o seu trajeto antes de chegar as torneiras residenciais.

    Trata-se de uma questão ambiental e de organização do espaço urbano, primeiramente, em que não é possível apenas cruzar os braços e dizer que o foco do problema se resume na falta de chuva; períodos de estiagem como o do momento não é um fenômeno recente; no entanto, com o crescimento das áreas urbanas, torna-se necessário adotar políticas constantemente reformuladas adequada ao ritmo dos novos tempos