No último dia 07/01/2015, ocorreu um dos maiores atentados terroristas da história da França: a sede da revista Charlie Hebdo foi alvo de extremistas jihadistas, às 11h30min da manhã, em Paris (08h30min, horário de Brasília). Segundo uma informação publicada pela Agência Uol de Notícias, no dia 09/01/2015, dezessete pessoas morreram no confronto, entre elas policiais; civis; e, além de dois terroristas.
Fonte:(In:http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Internacional/Interior.aspx?content_id=4327745)
A tragédia que ocorreu no país é um reflexo da evidente disparidade entre dois mundos completamente diferentes em que, de um lado existe um Estado Democrático de Direito onde a diferença de opiniões funciona como força motriz na disseminação de valores calcados na liberdade de expressão e individual do ser humano, sendo os atributos religiosos também relegados ao individuo; ocorrendo, portanto, a separação entre "Estado e Religião". Por outro lado, há um pensamento dominante em que, a organização da sociedade e do governo devem ser única e exclusivamente fundamentada nas escrituras dos textos sagrados, que no caso trata-se do Alcorão; e, por este motivo, utiliza-se o termo Fundamentalismo representado por um Estado Teocrático.
JIHAD DEFINIÇÃO: Trata-se de um esforço, por parte do fiel islâmico, em alcançar o aperfeiçoamento espiritual por meio de sua submissão a Alá; além de realizar um esforço profundo em promover a manutenção e expansão dos valores da religião contra qualquer ameaça considerada externa à doutrina.
Fonte:(In:http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Internacional/Interior.aspx?content_id=4327745)
NÃO CONFUNDIR FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO COM DOUTRINA RELIGIOSA.
- O fundamentalismo tem por objetivo promover a instalação de um estado que estabeleça regras a serem seguidas pela sociedade sob sua orientação. O Estado Religioso, como qualquer estado, funciona como uma instituição que tem por objetivo estabelecer normas, regras e leis necessárias para o convívio em sociedade; só que, essas leis não são elaboradas pelos homens como em um Estado Laico, e sim, pelos ensinamentos divinos expressos nos textos sagrados.
- Por outro lado, a religião diferentemente do fundamentalismo não possui nenhuma conotação política, seus valores e ensinamentos ficam restritos apenas ao indivíduo, ou seja, é caracterizado pela sua subjetividade. Portanto, a religião não é imposta, e sim praticada separadamente por ideologias políticas; sendo assim, podemos concluir que apenas num Estado Laico, tal prática se torna possível (Dicotomia entre Estado da Religião).
Fonte:(In:http://agenciapatriciagalvao.org.br/agenda/cnmp-promove-encontro-nacional-em-defesa-do-estado-laico-brasilia-18-e-1909/)
Podemos entender, agora, o porquê dos constantes conflitos entre radicais islâmicos e os defensores de um estado democrático laico, o exemplo disto é o que acabamos de presenciar há poucos dias em Paris: o mundo ocidental, mobilizado pela racionalidade de suas ações, não se encaixa com o mundo fundamentalista, mobilizado por seu caráter emotivo inviabilizando cada vez mais ações conscientes.
Sentir não é pensar.. Não estou utilizando tal argumento com objetivo de usá-lo como justificativa para tal ato criminoso que ocorreu em Paris. Apenas, procuro propor uma breve reflexão ao leitor na busca de uma melhor compreensão sobre o choque eminente entre estes dois mundos.
O que é compreender afinal? Compreender é o ato pelo qual uma das duas partes se coloca no lugar do outro; somente assim, colocando-se no lugar de outras pessoas é que se torna possível pôr em prática o respeito às diferenças... Enquanto isto não acontecer.. Infelizmente, presenciaremos cenas terríveis como a que ocorreu na França em que, o principal lema do país como Liberdade, Igualdade e Fraternidade desenvolvido na Revolução Francesa, a partir de 1789, estará em constante ameaça por formas de pensar e agir conservadoras.
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