segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Boko Haram: a educação ocidental é pecaminosa

    A seita islâmica Boko Haram chocou o mundo ao raptar mais de 200 mulheres estudantes no norte da Nigéria quando anunciou que iria vendê-las como escravas. Como todo grupo fundamentalista, o Boko Haram tem como principal objetivo instalar um estado islâmico no norte do país; entretanto, o grupo enfatiza uma outra questão não menos importante para eles: erradicar a implantação de um sistema educacional e político laico no país. Portanto, para que isto aconteça, é necessário promover a separação política do território nigeriano entre a parte sul e norte.

Fonte:(In:http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/africaandindianocean/nigeria/11203099/The-Chibok-girls-are-never-being-freed-says-Boko-Haram-leader.html)

  Com a expansão de suas ações desde 2009, o grupo vem articulando uma série de ataques contra prédios oficiais do governo; no entanto, a situação se agravou no momento que o governo central enviou tropas para o norte com o objetivo de erradicar a expansão dos extremistas.

Fonte:(In:http://www.bbc.com/news/world-africa-13809501)

MOTIVAÇÃO DO CONFLITO
    
    Na medida em que o governo nigeriano adota cada vez mais uma postura com bases nos preceitos de um "Estado Democrático Laico", típico de uma civilização ocidental, com um sistema educacional que visa a busca pelo conhecimento científico independente de valores religiosos, os fundamentalistas impõem, cada vez mais, severas restrições com o objetivo de impedir que esses valores alcancem sua área de influência que, segundo eles, coloca em risco os valores sagrados do puro "Islã"a serem seguidos pela sociedade sob sua jurisdição.
     
A DIVISÃO ÉTNICA E GEOGRÁFICA AGUÇA OS ÂNIMOS DO CONFLITO

   De população majoritariamente muçulmana, o norte do país apresenta péssimas condições de vida em comparação com a região sul; isto, porque, o clima semi-árido e os ventos secos provenientes do Deserto do Saara não tornam a área propícia à prática da agricultura e comércio de navegação, por causa da escassez dos recursos hídricos. Além de uma política segregadora por parte do governo central que, por diferenças culturais entre as duas partes, opta por não realizar obras assistencialistas e investimentos no campo econômico suficientes, ao ponto de satisfazer as necessidades básicas dos habitantes ali residentes.

Fonte:(In:http://oglobo.globo.com/mundo/ninguem-freia-boko-haram-na-nigeria-2-14753788)

     Esta divisão geográfico-cultural é que alimenta as possibilidades de crescimento e fortalecimento de grupos radicais islâmicos, já que, na medida que a miséria avança e as condições precárias de vida se acentuam, os jovens, sem perspectiva de um futuro melhor e afirmando que todas as injustiças sociais tem sua origem no Estado, veem na causa fundamentalista uma saída palpável para uma possível solução de seus problemas; é isso o que ocorre, também, no norte da Nigéria, com os jovens se tornando presas fáceis ao movimento extremista: grupos radicais como o Boko Haram se tornam cada vez mais fortes e difíceis de serem controlados pelas autoridades do governo central nigeriano.
 

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