quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

CONVULSÃO SOCIAL NA AMÉRICA DO SUL

  Há poucos meses presenciamos imensas revoltas populares na América do Sul, começando pelo Equador, Chile e depois à saída de Evo Morales do poder na Bolívia. No entanto, o que estaria por trás desses conflitos tão violentos entre população e seus respectivos governos?....

   Primeiramente, temos que entender que existem dois tipos de governos dentro daquilo que chamamos por "filosofia política do hemisfério ocidental". Dentro do âmbito democrático, há uma ideologia de governo voltado para o crescimento econômico, porém, sem a intervenção do Estado, pelo menos em sua maior parte na economia.  E, de outro lado, temos defensores de uma economia voltada para o bem estar social, muito comum após a crise de 1929 como o New Deal de Franklin Delano Roosevelt na década de 1930.

MANIFESTANTE EXALTA BANDEIRA EQUATORIANA CONTRA AS FORÇAS DE SEGURANÇA DO GOVERNO.
Manifestante durante os protestos no Equador, neste sábado, em Quito.


  A economia sem a intervenção estatal é definida por "neoliberalismo", que defende a privatização em massa, corte nos gastos públicos para não inchar as despesas do governo e, com isto também tentar aumentar o seu poder de receita, aquilo que arrecada. O problema é que, essa diminuição de gastos sociais não vem acompanhado da diminuição de gastos para Bancos e investidores nacionais e internacionais de grande porte. Então, com tempo, na medida que a população vai adquirindo conhecimento político , ela vai começando entender e questionar governos que aumentam tarifas sobre combustível, produtos agrícolas, transporte associado à diminuição das aposentadorias, pensões e precarização do serviço público e do trabalho, mas as verbas direcionadas aos banqueiros e poderosos investidores internacionais, sempre estarão lá, independente do que houver.

MANIFESTANTES CONTRÁRIOS ÀS DECISÕES DO GOVERNO CONSERVADOR PRÓ NEOLIBERALISMO MIGUEL SEBÁSTIAN PIÑERA NO CHILE.
Protestos Chile


  Essas crises são fruto de medidas neoliberais que governos de direita vem tomando na América do Sul tanto no Chile, Equador como também na Bolívia. Governos neoliberais sofrem pressões de grupos corporativistas nacionais e transnacionais, como  Bancos, também nacionais e estrangeiros, para enxugar gastos nos setores sociais como previdência, saúde, transporte, moradia e educação, para que o Estado arque com as dividas para com esses grupos.

  Para esses grupos, é muito mais interessante comprar títulos públicos dos governos a juros altos e, ter certeza que esse dinheiro será devolvido num futuro próximo, do que ficar presos às incertezas de um retorno por meio de investimentos na economia real, que além disso, leva tempo para acontecer.

  Por isso que governos de esquerda que, tentam, contrariar esses interesses corporativos, são prontamente derrubados do poder com o pretexto em agir de maneira corrupta, ou querer se perpetuar no poder definitivamente. Se for deixar a população escolher, a maioria vai optar pelos governos que visam o crescimento da economia por meios sociais, percebendo isto, globalistas do capitalismo financeiro junto com os meios de comunicação, com suas informações parcias em que, não se mostra os dois lados da história, arquitetam planos para derrubar governos que contrariam seus interesses.

  Esses Grupos usam governantes locais e a grande mídia para concluírem seus planos, já que, os poderosos veículos de comunicação estão entre estes grandes investidores, por este motivo, é interessante para à imprensa estar no poder, governos que apoiam diminuição de gastos sociais e crescimento de uma economia independente, para sobrar capital suficiente destinado a gastos com juros de seus empréstimos.

VEJA COMO FUNCIONA.

  • Títulos públicos = Papeis emitidos pelos governos para oferecer como documento que oficializa o empréstimo recebido pelo grande investidor. 


  • Depois de um tempo, o governo tem que devolver esse dinheiro com juros incluído, que por sinal, são altíssimos, sendo assim, torna-se uma dívida que nunca será quitada e, é isso que banqueiros e demais investidores querem.

  • Se governos optarem por arrochar gastos com a população, mas de maneira autônoma, com tempo não irá mais ficar tão dependente da venda de títulos públicos e, é isso que o mercado financeiro, meios de comunicação e poderosos Bancos não querem.

  Por esses motivos, que a maior parte da população chilena, equatoriana e boliviana decidiram sair às ruas para protestar, porque sabem que o modelo econômico do neoliberalismo não atende os interesses nacionais, apenas corporativos.



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