O mundo sente de imediato as transformações econômicas impulsionada pelo crescimento da China a partir das reformas implantadas por Deng Xiaoping em 1978, e intensificada no decorrer das décadas de 1980 e 90. No entanto, iremos tratar aqui neste artigo a relação entre China e União Europeia e suas respectivas economias do ponto de vista macroeconômico.
Começaremos ,primeiramente, a discutir sobre as causas do crescimento econômico chinês, e depois sua autonomia política e econômica para assim, ter a oportunidade de correlacionar a dinâmica do seu crescimento com a União Europeia.
CAUSAS DO CRESCIMENTO ECONÔMICO CHINÊS
Fonte: (In:http://jornalggn.com.br/blog/bancos-elevam-previsao-de-crescimento-do-pib-chines-em-2013)
Entre as causas do crescimento da China, podem ser destacados aqui os seguintes aspectos:
- Pesados investimentos por parte do governo no setor de construção cívil.
- Desvalorização artifícial de sua moeda. (yuan)
- Criação das ZEEs, mais conhecidas como "Zonas Econômicas Especiais" junto ao litoral no extremo leste do país.
- Oferta da diminuição ou isenção de impostos para as Multinacionais que queiram produzir em seu território.
- Possibilidade na oferta de mão de obra barata, além de um gigantesco mercado consumidor capaz de gerar elevadas receitas às empresas estrangeiras por causa do baixo custo de produção.
- Ao mesmo tempo que promove uma liberdade de mercado (Liberalismo Econômico), o governo exerce forte controle na dinâmica financeira do país, ligado ao sistema financeiro internacional como a proibição de entrada de capital especulativo no interior de suas fronteiras.
INVESTIMENTOS GOVERNAMENTAIS NO SETOR DE CONSTRUÇÃO CÍVIL
Em períodos de crise econômica como aquela de 2008 nos Estados Unidos, o governo chinês buscou investir pesado no setor de construção civil para fortalecer sua economia doméstica, e proteger-se de uma possível diminuição de suas exportações no comércio exterior. O investimento na construção civil e infra-estrutura como Portos, Rodovias e Estradas estimula mesmo que indiretamente, vários setores da atividade econômica gerando empregos e aquecendo a economia. Este foi um dos fatores que contribuíram para o crescimento e manutenção da estabilidade da economia chinesa.
DESVALORIZAÇÃO DO YUAN:COMO A DESVALORIZAÇÃO DA MOEDA PODE CONTRIBUIR PARA O CRESCIMENTO ECONÔMICO DE UM PAÍS COMO A CHINA?
Fonte:(In:http://controle-economico.blogspot.com.br/2010/03/desvalorizacao-da-moeda-chinesa.html)
Outra carta na manga utilizada pelo governo de Pequim, está na desvalorização artificial da sua moede nacional, pois com a desvalorização da mesma com relação ao dólar, o custo de produção fica menor para as empresas que atuam no país. Sendo assim, é possível produzir mercadorias com preço reduzido quando comparado às mercadorias proveniente de outros países, ganhando uma enorme parte do mercado consumidor distribuído mundo afora.
CRIAÇÃO DAS ZONAS ECONÔMICAS ESPECIAIS (ZEEs)
Com a subida ao poder de Deng Xiaoping em 1978, a China deu início a uma reforma econômica liberalizante no país que estimulasse a entrada de investimentos estrangeiros, associado á facilidade criada na exportação de mercadorias. No entanto, para alcançar tal objetivo, foram criadas no decorrer da década de 1980, as Zonas Econômicas Especiais (ZEEs) junto ao litoral do país facilitando a entrada e saída de mercadorias tanto estrangeiras como nacionais.
OFERTA DA DIMINUIÇÃO OU ISENÇÃO DE IMPOSTOS PARA AS MULTINACIONAIS QUE QUEIRAM PRODUZIR EM SEU TERRITÓRIO.
O governo chinês oferece uma série de incestivos fiscais, com o objetivo de atrair investimentos estrangeiros, estabelecimento de fábricas além poderosas multinacionais, em que, as mesmas trazem consigo, toda sua tecnologia para posteriormente serem absorvidas pelos trabalhadores chineses.
Terrenos são doados por um tempo determinado por parte do governo a serviço das Multinacionais, além dos baixos impostos cobrados a todo setor privado instalado em seus domínios territoriais, contribuindo fortemente para a entrada de "Investimentos Externos Diretos" no país.
MÃO DE OBRA BARATA ASSOCIADO A UM FORTE MERCADO CONSUMIDOR
Por causa da imensa população chinesa, a oferta da mão de obra neste país é abundante e por isso, torna-se extremamente barata. Quando a China deu início à abertura de seu mercado a partir de 1978, mais de 90% de sua população era rural, sendo assim, tratava-se de uma população sem qualificação de trabalho para um meio urbano-industrial que começava emergir a partir daquele momento. Portanto, podemos destacar tais motivos como fundamental para o acelerado processo de industrialização e urbanização do país.
Associado a ideia de que a mão de obra é barata por conta da densidade populacional, este mesmo contingente populacional também começa possuir com um certo tempo, um enorme potencial de consumo capaz de atrair vultuosos investimentos, gerando cada vez mais receita e para a iniciativa privada e estatal gerando milhares de empregos. Estes dois elementos associados contribuíram e muito para o estrondoso crescimento a cerca de 10% do PIB ao ano, enquanto economias ocidentais beiram a média de crescimento em cerca de 2 á 3% ao ano.
CAPITALISMO DE ESTADO E AUTONOMIA DA POLÍTICA ECONÔMICA CHINESA
Ao mesmo tempo que a China abre sua economia para a entrada de investimentos estrangeiros, o governo exerce forte supervisão no fluxo de mercadorias, serviços e na entrada de capital financeiro. A China realiza um controle da dinâmica econômica no interior de seus domínios territoriais de maneira semelhante ao que fazia o Partido Nazista de Hitler no período entre guerras. Quando o assunto é mercado financeiro, tanto a China de hoje como a Alemanha de Hitler sempre defenderam o enriquecimento por meio do trabalho, e não no que é possível lucrar com a desvalorização de ações no mercado financeiro como os especuladores fazem até hoje, sendo este fator por sinal, responsável pela quebra da bolsa de 1929 nos Estados Unidos. Na China, a economia não corre de maneira frouxa como é de costume em economias onde predominam os valores do liberalismo ocidental, porque a presença do estado na economia chinesa é infálivel, pois os chineses sabem que o capitalismo é irresponsável quando anda por conta própria, ou seja, é irresponsável e falho por natureza.
QUAL INFLUÊNCIA A CHINA EXERCE NA DINÂMICA ECONÔMICA DOS PAÍSES EMERGENTES?
A entrada da China no comércio internacional a partir de 1978, gerou uma enorme reviravolta na economia mundial afetando vários países e organizações econômicas tanto positivamente como negativamente. Analisaremos neste momento, como esse crescimento chinês influênciou o desempenho econõmico dos países emergentes inclusive o Brasil.
Fonte:(In:http:/www.istoe.com.br/reportagens/285779_BRICS+DEVEM+CRIAR+INSTITUICAO+BANCARIAPARA+O+DESENVOLVIMENTO+DE+PAISES+EMERGENTES?)
- Efeito posítivo: com a entrada da China na economia internacional, houve um significativo aumento na procura de matéria prima como recursos energéticos, além de produtos agrícolas mais conhecidos como "commodities" no mercado internacional. O efeito disto está no encarecimento dos preços dos mesmos beneficiando única e exclusivamente os países exportadores de tais recursos como é o caso do Brasil. África do Sul, Argentina e etc..
- Efeito negativo: Com o baixo custo produtivo, as mercadorias chinesas entram com preços muito baixao com relação às mercadorias dos países emergantes, como é o caso do Brasil. Esta prática elimina a concorrência em certos setores da atividade econômica, gerando inúmeros desmpregos e recessão da economia doméstica. No entanto, é valido ressaltar, que diferentemente do que ocorre com os países desenvolvidos, os países emergentes sofrem menos com a presença das mercadorias chinesas em seu territórios, isto porque, as economias emergentes não disponibilizam de um parque indústrial desenvolvido do ponto de vista tecnológico, e sendo assim, não estão na mesma linha de produção como estão os chineses, europeus e estadunidenses. Em outras palavras, os países emergentes não concorrem com os chineses em termos de produção industrial avançada, e sim, apenas servem o grande mercado e indústria chinesa com matérias primas e produtos agrícolas.
QUAL A INFLUÊNCIA QUE A CHINA EXERCE NA DINÂMICA ECONÔMICA DA UNIÃO EUROPEIA?
Fonte: (In:http://www.dw.com/pt/uni%C3%A3o-europeia-e-china-parceria-lucrativa-e-marcada-por-tens%C3%B5es/a-16383798)
Com a entrada da China no mercado internacional, houve de imediato um considerável aumento na procura de matéria prima ligada ao setor de enregia, além do aumento na procura de Commodities (produtos agrícolas e minerais com baixo valor agregado no mercado internacional) fazendo com que elevem seus preços, beneficiando quem exporta como é o caso do Brasil, Rússia, Argentina, África do Sul e etc.. Por outro lado, países como Estados Unidos e principalmente União Europeia, dependem e muito da importação desses produtos, o resultado é que, na medida que os preços das commodities sobe, mais esses países gastam para adiquiri-los no comércio externo, e como se não bastasse, com os produtos chineses entrando a um preço mais acessivel aos consumidores desses países ( EUA e União Europeia), e de outros mercados sob o domínio destes até então, faz com que os países considerados desenvolvidos percam mercado juntamente com o aumento da dificuldade em adquirir recursos naturais e agrícolas por causa da elevação de seus preços.
Portanto, podemos considerar que os países que concorrem diretamente com a China como é o caso dos Estados Unidos e União Europeia, sofrem baixas significativas para suas indústrias de todos os lados, a verdade é que a China está roendo aos poucos as economias dos países ditos desenvolvidos neste meado do século XXI. Estes seriam um dos motivos, pelos quais há uma certa preocupação de empresários e alguns meios de comunicação, que torcem para que Estados Unidos e União Europeia continuem no comando da economia mundial, e temem pela ascensão da economia chinesa no decorrer dos próximos anos.
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